quinta-feira, 15 de julho de 2010

Gregos e troianos

Poderia alguém ser puro com balanças desonestas e pesos falsos? (Mq 6.11)

Não dá para colocar na mesma mesa o pecado e a pureza. São coisas diametralmente opostas. Uma repudia a outra.

Aqueles que não querem renunciar totalmente ao gosto pelos prazeres transitórios nem ao ideal de santidade estão numa situação confusa, indeterminada, indefinida, irreverente e, além de tudo, inadmissível. É isso que Miquéias quer demonstrar ao povo de Jerusalém: “Poderia alguém ser puro com balanças desonestas e pesos falsos?”.

Muitas outras perguntas dessa natureza podem ser feitas. Por exemplo: Poderia alguém ser puro com mãos sujas de sangue? Com língua mentirosa? Com olhos adúlteros? Com débitos não saldados? Com coração cheio de ódio?

Outro profeta enfrentou situação semelhante senão mais grave. Em sua época, Israel queria agradar a gregos e troianos, queria garantir o apoio de Deus e de Baal. Então Elias o enfrentou fazendo a seguinte pergunta: “Até quando vocês vão oscilar [ou dançar, ou escorregar, ou coxear, ou claudicar] para um lado e para o outro?” (1 Rs 18.21).

Com o auxílio de Deus não vou capengar entre o bem e o mal. Ficarei de um lado só — o lado certo!

Retirado de Refeições Diárias com os Profetas Menores (Editora Ultimato, 2004).

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