quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Nunca estamos sozinhos

"Olho para os montes e pergunto: “De onde virá o meu socorro?” O meu socorro vem do Senhor Deus, que fez o céu e a terra." [Salmos 121.1-2, NTLH]

Parece um paradoxo. Ao aproximar a sua hora de ser entregue nas mãos dos pecadores, Jesus falou claramente aos discípulos: “Chegou a hora de vocês todos serem espalhados, cada um para a sua casa; e assim vão me deixar sozinho. Mas eu não estou só, pois o Pai está comigo” (Jo 16.32, NTLH). Na mesma fala, ele avisa que vai ficar sozinho e que não vai ficar sozinho. Todavia, não há contradição alguma: no auge da crise, os amigos vão dormir ou debandar, mas, na mesma plenitude de dor, o Pai estará com o Filho.

De fato, no Getsêmani, todos foram vencidos pelo sono, inclusive o trio de Jesus (Pedro, Tiago e João), mas “um anjo do céu apareceu e o animava” (Lc 22.43, NTLH). No momento de sua prisão, “todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram” (Mt 26.56, NTLH).

Os Salmos dizem que o Senhor está sempre perto “dos que estão desanimados e salva os que perderam a esperança” (Sl 34.18, NTLH) e perto “de todos os que pedem a sua ajuda” (Sl 145.18, NTLH).

É preciso recuperar essa agradável surpresa, como aconteceu com Jacó: “De fato o Senhor Deus está neste lugar, e eu não sabia disso” (Gn 28.16, NTLH).

— Se Jesus é “Deus conosco”, como poderia me sentir só?

Retirado de "Refeições Diárias com Jesus" (Editora Ultimato).

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Coração de Josué

Por: Marcelo Aguiar

"Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (Josué 24.15).

Mal o povo havia se instalado na Terra Prometida, e o sincretismo já começava a tomar conta da sociedade. Israelitas viam-se seduzidos pelos deuses de seus antepassados, que tinham vivido além do Rio Eufrates, e também pelos deuses dos amorreus, seus vizinhos em Canaã. E o pior é que eles achavam que podiam conciliar tudo aquilo com o culto ao Senhor, que os havia tirado do cativeiro no Egito.

Passados tantos séculos, ainda são essas as influências contra as quais o povo de Deus luta. Somos tentados a olhar para trás e adorar os "deuses do passado" - a retornar ao estilo de vida que abandonamos no dia em que nos comprometermos com Cristo. Ou então somos tentados a olhar em volta e adorar os "deuses dos vizinhos" - a fazer o que todo mundo faz, valorizar o que todo mundo valoriza e buscar o que todo mundo busca.

Josué, entretanto, posicionou-se firme na hora da decisão. Ele assumiu uma postura diferente da exibida pelos seus contemporâneos, e acabou por liderá-los numa volta ao primeiro amor. Perante a determinação do seu líder, os israelitas exclamaram: "Nós também serviremos ao Senhor, porquanto ele é nosso Deus" (Josué 24.18).

O que havia no coração de Josué?

No coração de Josué havia a certeza de que o Senhor requer exclusividade. Deus não divide a sua glória, nem aceita um culto prestado pela metade. O Salvador se entregou inteiramente por nós na cruz, e espera que a nossa entrega também seja total. Não é possível conciliar a amizade dele com o amor pelo mundo.

No coração de Josué havia a convicção de que a fé é individual. Ele reconheceu que as pessoas tinham a liberdade de escolher como iriam viver - e a responsabilidade de lidar com as conseqüências. Mas ele também entendeu que não poderia usar o pecado dos outros para justificar uma possível infidelidade. A Bíblia diz que cada um dará contas de si mesmo a Deus. Sabendo disso, Josué escolheu servir ao Senhor.

No coração de Josué havia a consciência de que a família é prioridade. Antes de se posicionar como líder da nação, ele assumiu a liderança da sua casa. Mostrou aos seus familiares o caminho deveriam seguir. Cristo quer salvar não apenas indivíduos, mas também lares. Por isso, Josué não disse: "Eu". Ele falou: "Eu e a minha casa".

No coração de Josué havia o entendimento de que escolhas fazem diferença. Quando tomo uma posição, desencadeio uma série de desdobramentos no mundo espiritual. Josué era um único homem, mas sua postura influenciou milhares de pessoas, e continua a fazê-lo ainda hoje. Jamais deveríamos pensar que, por sermos pequenos, nossas ações não tenham grandes resultados. Isso simplesmente não é verdade.

No coração de Josué havia um profundo amor por Deus. Sua relação com o Senhor não era negociável. Sua devoção ao Pai era sincera. Mais do que uma religião, ele tinha uma relação. Era alguém que andava com o Altíssimo, e havia entregado a ele a sua alma. Por isso foi capaz de causar um impacto tão grande na sua geração.

Querido leitor: Será que hoje, quando olha para o seu coração, Deus vê as marcas que existiam em Josué? Vivemos numa era de muitos desafios, e precisamos nos posicionar diante deles. Peçamos ao Senhor que faça de nós homens e mulheres à altura da tarefa. Peçamos a Deus que nos dê um coração como o de Josué.

*Marcelo Aguiar é pastor adjunto da Igreja Batista da Mata da Praia, em Vitória; psicólogo clínico e escritor.

Fonte: www.comunhao.com.br