quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Senhor é meu Pastor

Por: Christie Tristão

Tempos difíceis nos aproximam muito de Deus, e resultam em revelação, crescimento e edificação. Tenho o hábito de ler a Bíblia todos os dias, e especificamente neste tempo estou lendo a Bíblia seguindo a ordem dos livros, e neste ponto da minha leitura estou no livro de Salmos. Segunda-feira da semana passada tive a oportunidade de conhecer algo mais do amor, cuidado, graça e misericórdia de Deus. Iniciei a semana com algumas questões a serem resolvidas, algumas inclusive sem possibilidades humanas de solução e sabendo que em breve eu deveria tomar algumas decisões na vida que definiriam o futuro. Sabe, aquele momento em que chegamos numa etapa do caminho, onde você se encontra numa bifurcação e não consegue ler as placas de direção. Pois é, aquele dia esse era o quadro em que eu me encontrava.

O mais lindo de tudo em andar com Deus e estar ligado à Ele, é saber que não estamos sozinhos em momento algum, que ele está no controle de todas as coisas, nunca nos abandonará, e que se o buscarmos de coração o encontraremos. Pois bem, naquela manhã essa foi a minha primeira decisão, silenciar a minha alma e parar para ouvir Deus. Sei que pra Ele nada é impossível e que Ele é real, me ouve e fala comigo. Peguei a Bíblia e segui na leitura diária estabelecida para aquele dia. Qual foi a minha surpresa? O primeiro texto da leitura do dia era Salmos 23. Como de costume, comecei a ler e a princípio como eu já conhecia o texto, a minha mente ia recitando o Salmo antes mesmo de terminar a leitura. Quando eu terminei de ler o Salmo, Deus começou a falar profundamente ao meu coração a respeito de ser parte do Seu rebanho, ovelha do Seu pasto. Naquele dia ouvi um chamado do Pastor: VEM E SEJA OVELHA DO MEU REBANHO E NADA TE FALTARÁ!

Meditando no Salmo 23, encontrei alguns tesouros muito simples que fizeram muita diferença na minha vida a partir daquele dia. Em primeiro lugar, o salmista cita duas coisas importantes: Senhor e Pastor. Nos submetermos ao senhorio de Deus, significa tomar a decisão de viver de acordo com a vontade Dele pra nós, assim Jesus nos ensinou durante sua vida aqui na terra, viver para cumprir a vontade de Deus e com certeza Ele tem um plano perfeito para cada um de nós (Jeremias 29:11, Isaías 55:8,9 ). Nos tornarmos ovelhas do seu rebanho, é seguir o bom pastor, seguir seus passos, sua voz sua direção, estar debaixo de sua proteção e trilhar o caminho Dele (João 14:6). 

Muitas vezes em nossa caminhada com Deus perdemos o rumo por não nos submetermos às direções do Senhor e Pastor, desviamos o nosso olhar, o nosso ouvir e desviamos a rota confiados em nossa própria capacidade de conduzir a nossa vida. Com certeza quando entramos por este "atalho" nos deparamos com dificuldades e barreiras impossíveis de serem vencidas por nós mesmos, pois o único caminho que conduz à vida, amor e esperança é JESUS.

Segundo a palavra de Deus, quando nos submetemos ao senhorio e pastoreio de Deus, desfrutamos de uma vida verdadeira aqui na terra e por toda eternidade. Seguir ao Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas é desfrutar de:

o Ausência de necessidades; 
o Uma vida leve, e descansada;
o Alma curada; 
o Justiça e amor de Deus; 
o Consolo e proteção; 
o Um banquete farto diante dos inimigos; 
o Ser seguido pela bondade e misericórdia do Senhor todos os dias; 
o Um lugar de habitação na casa do Senhor.

O Bom Pastor nos atrai e nos chama para nos tornarmos como ovelhas do seu rebanho, trilharmos o caminho de vida e desfrutarmos de Suas promessas. Espero que essa reflexão inspire você a tomar a decisão de seguir este caminho maravilhoso e então desfrutar de uma vida abundante e direcionada pelo Bom Pastor rumo à eternidade em glória na presença de Deus.

Deus abençoe sua vida!

sábado, 10 de agosto de 2013

O pai de John G. Paton

- A chave da coragem dele -

Por: John Piper

John G. Paton foi um missionário no arquipélago das Novas Hébridas, hoje chamadas Vanuatu, no Sudeste do Pacífico. Ele nasceu na Escócia em 1824. Escrevo a respeito dele por causa da coragem que ele demonstrou durante os seus oitenta e dois anos de vida. Quero ser corajoso na causa de Cristo. E, em especial, desejo que meus filhos também o sejam. Por isso, medito sobre a coragem de outros. De onde ela vem? Quando procuro descobrir as razões por que John Paton era tão corajoso, uma das razões que encontro é o profundo amor que ele tinha por seu pai.

O tributo que John Paton prestou ao seu piedoso pai já vale o preço de sua Autobiografia* (que ainda está sendo impressa). Talvez devido ao fato que tenho quatro filhos (e Thalita), chorei quando li esta parte da autobiografia de John Paton. Encheu-me de anelo por ser um pai como aquele. Havia um “quartinho” em que o pai de John Paton orava, como regra, depois de cada refeição. Os onze filhos conheciam esse lugar, respeitavam-no e aprenderam algo profundo a respeito de Deus. O impacto sobre John Paton foi imenso.
Mesmo que uma catástrofe indizível pudesse banir de minha memória tudo o que diz respeito à religião (e que tais coisas fossem apagadas de meu entendimento), minha alma ainda se recordaria daquelas cenas antigas; se fecharia novamente no Pequeno Santuário e, ouvindo os ecos daqueles clamores a Deus, resistiria a todas as dúvidas com o vitorioso apelo: “Ele andou com Deus, por que não eu?”
Não posso explicar o quanto as orações de meu pai me impressionaram, naquele tempo. Nenhum estranho poderia compreendê-lo. Quando, de joelhos, com todos nós ajoelhados ao seu redor, em culto familiar, ele derramava toda a sua alma, com lágrimas, em favor da conversão do mundo pagão à adoração a Jesus, bem como em favor de necessidades pessoais e familiares, todos nos sentíamos como se estivéssemos na presença do Salvador vivo e aprendíamos a conhecê-Lo e amá-Lo como nosso divino Amigo.
Uma das cenas capta melhor o amor entre John Paton e seu pai e o poder do impacto sobre a vida de inflexível coragem e pureza de John. Chegou o tempo em que, aos vinte anos de idade, o jovem John Paton deixou a sua casa e foi para Glasgow, estudar teologia e tornar-se um missionário urbano. De sua casa, em Torthorwald, até a estação ferroviária, em Kilmarnock, havia uma jornada de setenta e oito quilômetros. Quarenta anos depois, Paton escreveu:
Meu querido pai caminhou comigo os primeiros dez quilômetros da jornada. Seus conselhos, lágrimas e conversa espiritual naquela jornada de partida ainda estão vivos em meu coração, como se tivessem sido ditos ontem. E lágrimas escorrem em minha face tão livremente agora como naquele dia, sempre que a memória me conduz àquela cena. No último quilômetro desta parte da jornada, caminhávamos juntos em silêncio ininterrupto --- meu pai, conforme o seu costume, levava o chapéu na mão, enquanto seus longos cabelos loiros (naquela época, loiros, mas nos anos de velhice, brancos como a neve) escorriam sobre os ombros. Seus lábios se moviam em oração silenciosa em meu favor. E suas lágrimas jorravam imediatamente quando nossos olhos contemplavam um ao outro, em olhares para os quais todas as palavras era vãs! Paramos no ponto de despedida. Ele segurou com firmeza a minha mão, por um minuto, em silêncio, e disse solene e afetuosamente: “Deus te abençoe, meu filho! O Deus de teu pai te faça prosperar e te guarde de todo o mal!”

Incapaz de falar mais alguma coisa, os seus lábios continuaram a se mover em oração silenciosa. Em lágrimas, nos abraçamos e partimos. Corri o mais depressa possível e, quando estava para virar em uma curva da estrada, onde ele me perderia de vista, olhei para trás e o vi ainda de pé, com a cabeça sem chapéu, no lugar em que o havia deixado --- olhando para mim. Acenando o meu chapéu em despedida, rumei para a curva e sai de vista por um momento. Meu coração, porém, estava muito sobrecarregado e sentido, para eu seguir adiante; por isso, corri para um lado da estrada e chorei por um tempo. Então, levantando-me cautelosamente, subi um barranco para ver se ele ainda estava onde o havia deixado. E, naquele exato momento, eu o vi subindo o barranco, procurando-me! Ele não me via; e depois de procurar-me atentamente, por alguns instantes, desceu o barranco, fixou seus olhos em direção ao lar e começou a voltar --- com sua cabeça ainda descoberta e seu coração, eu tinha certeza, erguendo-se em orações por mim. Eu o via através das lágrimas até que sua forma desapareceu de meu olhar. Então, apressando-me na jornada, votei, com sinceridade e muitas vezes, que com a ajuda de Deus nunca entristeceria nem desonraria um pai e uma mãe como os que Ele me dera.
O impacto das orações, da fé, do amor e da disciplina do pai de John Paton foi incalculável. Que todo pai leia estas palavras e encha-se de anelo e firme resolução de amar desta maneira.

~*~

Oração:
"Oh! Como amamos chamar-Te Pai!
Embora tenhamos sido decepcionados por pais terrenos
(como todos nós o somos em alguma medida),
O Senhor nunca falhou para conosco.
Tu és perfeito em misericórdia e justiça,
Severidade e bondade, firmeza e doçura.
Concede que sejamos pais assim para nossos filhos.
Faze-nos amar-Te mais do que amamos a eles.
Mostra-lhes que nosso profundo amor por eles
Está arraigado em um amor ainda maior por Ti.
Faze-os corajosos na confiança de que o seu Pai celestial
Será o que temos sido para eles, milhares de vezes melhor.
Em nome de Jesus. Amém."

*1. James C. Paton, John G. Patton : Missionary to the New Hebrides, An Autobiography Edited by His Brother (Edimburgo: The Banner of Truth Trust, 1965, orig. 1889, 1891).

[Fonte: Devocional "Penetrado pela Palavra", by John Piper. Quer meditar também? Acesse e baixe o seu: http://consolidacaoadb.blogspot.com.br/p/material-de-apoio.html]