quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sem sentimentos produzidos artificialmente

Alguns escritores usam a palavra caridade para descrever não apenas o amor cristão entre seres humanos, mas também o amor de Deus pelo homem e o amor do homem por Deus. As pessoas muitas vezes ficam preocupadas em relação ao segundo deles, pois somos ordenados a amar Deus. Elas não conseguem descobrir nenhum sentimento desse tipo em si mesmas. Então o que fazer? A resposta continua a mesma. Aja como se você amasse. Não fique aí sentado, tentando fabricar sentimentos artificialmente. Pergunte-se a si mesmo: “Se eu tivesse certeza de que amo a Deus, o que eu faria?”. Quando você descobrir a resposta, vá e faça.

De uma maneira geral, o amor de Deus por nós é um assunto muito mais seguro para se pensar do que o nosso amor por ele.

Ninguém é capaz de cultivar sentimentos de devoção sempre; e, mesmo se fôssemos, é preciso considerar que os sentimentos não são a preocupação principal de Deus. O amor cristão, tanto em relação a Deus quanto em relação ao homem, é uma questão de vontade. Se nós quisermos fazer a vontade dele, teremos de obedecer ao mandamento: “Amarás ao Senhor teu Deus”. Ele nos dará sentimentos de amor se isso for do agrado dele. Nós não somos capazes de criá-los por nós mesmos e não devemos exigi-los por direito. Porém, a grande coisa a lembrar é que, embora os nossos sentimentos sejam inconstantes, seu amor por nós não o é.

Ele não se exaure por causa dos nossos pecados ou da nossa indiferença; consequentemente, o amor de Deus é bastante inflexível em sua determinação de que sejamos curados desses pecados, custe o que custar para nós e para ele.

– de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]

>>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, edição de bolso (Editora Ultimato, 2009)

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